Energia limpa dá força à expansão econômica

Site Correio Popular - 15/05/2018

Por Da Agência Anhanguera

A busca por tecnologias verdes e energias menos poluentes se tornou, ao longo dos últimos anos, algo decisivo para o sucesso das empresas. A preocupação com o meio ambiente e as incertezas sobre o futuro das novas gerações tornaram-se alvo de inúmeras pesquisas e projetos, trazendo à tona uma realidade preocupante que fez com que a população passasse a dar mais atenção ao tema. As empresas, atentas a este movimento dos consumidores, precisaram se reinventar e descobrir formas de trabalho mais limpas e sustentáveis.

O gás natural, por exemplo, é considerado uma fonte de energia limpa, pois a queima emite menos resíduos na atmosfera. O combustível é uma mistura de hidrocarbonetos (principalmente metano), sem cor e sem cheiro, que se caracteriza por ser mais limpo do que outros combustíveis fósseis, como o carvão mineral e o petróleo. A CTG (Companhia de Transporte de Gás), que atua no mercado de distribuição de gás natural comprimido há 13 anos, desenvolveu um projeto estruturante, em parceria com a Comgás, que leva o combustível a cidades que não são atendidas pelos gasodutos da companhia desde 2014.

Com o apoio da Desenvolve SPagência do governo do estado de São Paulo que tem como objetivo financiar o desenvolvimento dos pequenos e médios empresários, a empresa passou a atender três cidades: Analândia, Jarinu e Campos do Jordão. “Temos uma base em Itatiba que retira o gás natural da rede da Comgás e faz a compressão obtendo o gás natural comprimido (GNC) para armazenamento em cilindros de aço a uma pressão de 250 bar e temperatura ambiente. Os cilindros compõem as carretas com capacidade para 6.000 Nm3 de GNC que são transportados por rodovias para as cidades onde os projetos estruturantes foram implantados”, afirma Horácio Andrés, diretor da companhia.

Horácio explica que, no caso de Campos do Jordão, o projeto estruturante foi opção mais viável para levar o gás natural, uma vez que o percurso até o município é complexo para a construção de gasodutos. “A Comgás fica responsável pela implantação da rede dentro das cidades. Nossa tarefa é fazer a compressão e o transporte do gás até o local de entrega, onde é feita descompressão na rede da Comgás, possibilitando que as empresas instaladas naqueles municípios optem por uma fonte de energia mais limpa e sustentável”, esclarece.

Sustentabilidade estratégica

Empresas que investem em sustentabilidade possuem uma melhor visibilidade e aceitação pelos clientes, sendo um diferencial competitivo. Mais do que isso, um negócio sustentável consegue sobreviver diante das adversidades, gerando valor a longo prazo, e mantendo-se mais atrativo do que a concorrência. Por isso, em vez de tratar projetos de sustentabilidade como um custo, os empresários precisam, definitivamente, mudar a perspectiva sobre o tema e tratar as intervenções sustentáveis como investimentos para manutenção de seus negócios.

Segundo o coordenador do programa de pós-graduação em administração da Unicamp, cuja área de estudo é Gestão e Sustentabilidade, Marco Antonio Milani Filho, ao contrário do que muitas pessoas pensam, o conceito de sustentabilidade não está ligado somente a questão ambiental. São fatores sociais, econômicos e ambientais que fazem uma empresa realmente sustentável. Milani explica que o tema ganhou visibilidade na década de 1980 e passou a integrar os relatórios empresariais nos anos 1990. Entretanto, nem todos os empresários entenderam o que é realmente ter um negócio que se preocupa com a sustentabilidade. “Não basta que a empresa se autodenomine sustentável. É um conjunto de fatores que vão muito além da adoção de práticas simbólicas. Sustentabilidade de fato são ações e políticas que contribuirão para a sobrevivência da empresa pela obtenção de vantagens competitivas, agregando valor no longo prazo”, esclarece Milani.

O especialista aponta fatores importantes que devem ser levados em consideração pelas empresas que desejam investir em sustentabilidade, como questões de relacionamento com todos os grupos que poderão impactar o seu resultado, inclusive o público interno. “A organização que oferece elementos que atendam as expectativas de seus funcionários consegue reter talentos, aumentar o capital intelectual e reduzir o risco moral, ou seja, tem mais colaboradores internos comprometidos com os objetivos corporativos e não somente com os seus particulares”, destaca.

A sustentabilidade de uma empresa também está atrelada à reputação da mesma junto aos fornecedores, clientes e ao governo. “É importante que os negócios, sejam eles pequenos, médios ou grandes, tenham um padrão para agir que faça com que os fornecedores se sintam confortáveis em fazer negócios”, afirma Milani. Quanto ao atendimento aos clientes, o professor explica que, na maioria dos casos, o preço dos produtos é fator determinante para a decisão de compra, mas quando a empresa atende as expectativas e ainda sinaliza com elementos adicionais, por exemplo, a preocupação com o meio ambiente, com os colaboradores e com a sociedade como um todo, os clientes tendem a se sentir ainda mais satisfeitos.

Para Milani, quando um empresário adota uma tecnologia considerada verde ou uma fonte de energia menos poluente é preciso saber por que esta decisão foi tomada e como isso trará retornos positivos ao negócio. “É claro que não é uma decisão individual, há reflexos no coletivo e para o meio ambiente. Mas, não basta saber que é positivo para a sociedade, o empresário deve saber que aquela decisão faz a empresa sobreviver agregando valor a longo prazo”, defende.

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