Dinheiro desembolsado pela Desenvolve SP ajuda empresa de reciclagem a explorar outros nichos

Desenvolve SP - 18/05/2023

Com a hiper safra de soja barateando o óleo, produto já é utilizado na fabricação de cosméticos e rações 

Há 20 anos, a reciclagem de óleo de soja tem sido a fonte de renda do empresário Eduardo Pacheco Calissi, de Lins (SP), dono da Lobos Verdes Ambiental Coleta de Resíduos, que atua no manuseio de óleos e gorduras animais e vegetais para revenda e produção de biodiesel.  No início deste ano, no entanto, o barateamento do óleo fez o paulista recalcular a rota de atuação e buscar financiamento para capital de giro na Desenvolve SP, agência de fomento do estado.

“O juro baixo oferecido e a forma de pagamento, em até 60 meses, me deixaram tranquilo para buscar o dinheiro que precisava”, explicou o empreendedor, que afirma ter tomado crédito de R$ 900 mil.  A empresa dele trabalha com logística reversa e coleta óleos usados em processos de fritura por estabelecimentos comerciais. “Uma bomba de 50 litros é preenchida em cinco dias em pastelarias, dez dias em churrascarias e de 15 a 30 dias em hotéis. Depois do uso o produto é encaminhado para a indústria de biodiesel”, afirma.

Mas a hiper safra de soja deste ano barateou o óleo novo e o mercado de reciclagem do produto sentiu a queda nos negócios. Com isso, Calissi buscou outros nichos de mercado para atuar, já que óleo coletado estava praticamente parado. A solução foi vender o óleo reciclado para ser reutilizado nas indústrias de cosméticos, de plásticos em geral, de ração, naval, e até mesmo para caldeira de siderúrgica.

Segundo o empresário, a Lobos Verdes recolhe de estabelecimentos comerciais óleo vegetal, gordura, sebos de porco, de galinha, óleo de peixe e também margarina e manteiga que venceram no mercado e não podem mais ser usados para consumo humano. Atualmente, são recolhidos cerca de 25 mil litros mensalmente.

Capital de Giro faz o negócio acontecer

Assim como a Lobos Verdes, micro, pequenas e médias empresas de São Paulo têm à disposição a Linha Crédito Digital (Giro Micro e Pequena), desde que estejam instaladas no estado e faturem entre R$ 81 mil e R$ 4,8 milhões por ano. As taxas partem de 0,57% ao mês e têm acréscimo de Selic e os prazos de pagamento chegam a 60 meses, com até um ano de carência. De janeiro a abril deste ano, a Desenvolve SP já desembolsou R$ 188 milhões para capital de giro.

Crédito sustentável

A instituição também possui crédito para investimentos em projetos sustentáveis, tanto para empresas quanto para municípios paulistas, como as linhas Economia Verde e Economia Verde Municípios. Além disso, há opções para investimento em saneamento básico, manuseio de resíduos sólidos e energia fotovoltaica. No caso específico das empreendedoras paulistas a Desenvolve Mulher Sustentável oferece crédito pré-aprovado de até R$ 200 mil e taxas mensais a partir de 0,17% mais Selic.

Para mais informações, acesse: www.desenvolvesp.com.br