Universo geek gera lucro com criatividade
O conceito de Economia Criativa discutido atualmente nasceu na Austrália, no início da década de 1990, e ganhou impulso quando o governo inglês, no fim da mesma década, promoveu de forma estruturada um plano de desenvolvimento estratégico para 13 setores da chamada Economia Criativa: propaganda, arquitetura, artes e antiguidades, artesanato, design, moda, cinema e vídeo, música, artes cênicas, editoração, softwares, rádio e TV.
Orbitando em mais de um desses segmentos está o Grupo Omelete, que faturou R$ 14 milhões em 2014 com foco no público jovem, fã de filmes, quadrinhos, séries e TV. O crescimento de 200% veio com solidificação do portal de notícias, crescimento do canal de webTV, aumento da loja de produtos licenciados e a primeira edição da CCXP – Comic Con Experience, evento que reuniu 97 mil fãs de quadrinhos, filmes e séries no ano passado.
O grupo Omelete nasceu como um site de entretenimento há 15 anos. Ao longo do tempo foi crescendo e hoje é uma solução completa para o universo geek. Além do portal, o grupo é composto pela Loja Mundo Geek, uma das maiores lojas virtuais do país em produtos licenciados, e pelo mais acessado canal de notícias do YouTube, o Omeletevê, que tem mais de 8 milhões de visualizações por mês.
Isso sem falar na realização da primeira edição da CCXP – Comic Con Experience, evento baseado na tradicional San Diego Comic-Con. Esta foi a primeira vez que o Brasil teve uma convenção deste porte voltada a este público. “Em quatro dias de evento no início de dezembro, a CCXP reuniu 97 mil aficionados por quadrinhos, filmes, games e séries. A CCXP bateu o recorde por ter sido a primeira feira a lotar um pavilhão de exposição em sua estreia e também gerou faturamentos recordes para seus expositores. E nossa expectativa é que o evento seja 40% maior esse ano”, diz o CEO, Pierre Mantovani.
Mantovani diz que as empresas devem ter foco na criatividade para poderem crescer. “Temos contato com mais de 6 milhões de usuários por mês. São pessoas que respiram a cultura pop no seu dia a dia. Nós falamos diretamente com esse público, sabemos o que ele gosta de consumir e a forma como deve ser abordado. Conseguimos oferecer às marcas uma gama de opções para se comunicar com um público altamente engajado, o fã. E apesar de termos ‘nascido’ online, nossas soluções criativas sempre vão muito além do clique em banners. Foi assim que atingimos o faturamento do ano passado e crescemos tanto.”
Antes de organizar a Comic Con, o Grupo Omelete desenvolveu uma pesquisa com seus fãs. Mais de 12 mil pessoas responderam a um questionário com 109 perguntas. A partir do resultado da pesquisa a empresa pôde pensar em trazer atores da série mais lembrada na pesquisa, por exemplo, que foi Game of Thrones, bem como alguns atores de Senhor dos Anéis.
Quanto ao segredo do sucesso da empresa que começou com apenas três pessoas e hoje tem mais de 40, o CEO diz que é uma organização liderada por fãs para os fãs. “Nós todos gostamos muito do que fazemos. O conteúdo é feito com tamanha paixão, é tão sincero, que as pessoas consomem isso.”
Erraram alguma vez ou foi tudo como planejado? Sim, erraram muitas. “A gente erra e acerta todos os dias. Faz parte da operação”, diz Mantovani.
Para gestão e visão estratégica do negócio, o Grupo Omelete contratou a Lunica Consultoria, que também auxiliou na coordenação e suporte do CCXP Summit, dentro do Comic Con Experience, que reuniu 200 líderes, executivos e criadores das diferentes áreas que compõem o universo de cultura pop e entretenimento.
Para os próximos dois anos, Mantovani espera crescer não menos que 50%. “A gente ainda tem um pedaço de oceano azul para surfar. Recessão para nós é sinônimo de investimento, pois as pessoas continuam precisando do essencial e também de diversão.”