Novos horizontes

28/10/2013

Como o Sebrae auxilia o empreendedor a crescer e transformar crises em oportunidades

Quem investe no negócio próprio quer crescer e ter sucesso, mas nem todo empreendedor está preparado para traçar uma estratégia e alcançar esse objetivo. Para auxiliar o empresário nessa difícil empreitada, há mais de 40 anos o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o Sebrae, capacita e orienta empresários e já ajudou centenas de empresas a transformarem crises em oportunidades.

Historicamente, empreendedores que contam com a apoio do Sebrae estão mais preparados e organizados para crescerem de forma planejada e sustentável, além de lidarem melhor com as dificuldades.

De acordo com levantamento sobre o desempenho das empresas paulistas de pequeno e médio porte, a taxa de sobrevivência das empresas no Estado, (onde a instituição atua fortemente) está em 77%, acima de países como Luxemburgo (76%), Canadá (75%), Espanha (69%) e Itália (68%).

Ter experiência anterior no ramo também ajuda as empresas a permanecerem abertas. Entre as que sobrevivem, aponta o estudo, 63% são geridas por proprietários com atuação prévia no segmento.

Outro fator relevante demonstrado na pesquisa é que o grau de instrução do gestor afeta o desempenho do negócio. Dos que continuam com o empreendimento, 83% completaram pelo menos o ensino médio.

“Não existe um fator único que seja determinante para a sobrevivência de uma empresa, mas, entre os fatores que dependem do empreendedor, planejar e se capacitar para atuar num mercado com forte concorrência é fundamental”, diz Bruno Caetano, superintendente do Sebrae-SP.

Para traçar a estratégia de crescimento, delinear um plano de negócios e realizar as mudanças necessárias, a parceria com a instituição pode ser fundamental. A MN Própolis, de Mogi das Cruzes (SP), por exemplo, começou a exportar graças à orientação do Sebrae-SP.

Há 31 anos no mercado, a empresa que produz própolis e outros derivados do mel com certificação orgânica procurou a entidade para ampliar a percepção que tinha sobre as possibilidades de gerar novas vendas, atingir mais consumidores e melhorar a gestão.

Jeferson Tsuyoshi Umezaki, gerente de exportação da MN Própolis, também credita à capacitação recebida do Sebrae a construção de uma base mais sólida para a empresa.

Segundo Umezaki, as palestras e os seminários serviram de guia para uma atuação eficaz fora do Brasil, e os serviços e as publicações da entidade sobre questões técnicas embasaram o planejamento da companhia.

Novos rumos

A empreendedora Raquel Cruz, da Feitiços Aromáticos, procurou ajuda no Sebrae-SP para melhorar seus conhecimentos sobre gestão quando decidiu abandonar a carreira de secretária e se tornar empresária.

“Depois de estudar muito, hoje consigo sentir que realmente sou uma executiva e comando uma empresa. Esse amadurecimento foi muito importante”, diz.

Agora, segura quanto aos próximos passos a dar, Raquel administra uma indústria de cosméticos que produz sabonetes líquidos, aromatizadores de ambiente, óleos e géis, entre outros itens.

A empresária explica que definiu o planejamento do negócio de olho no mercado internacional. “Ao participar das palestras, pensei: ‘é disso que eu vou precisar para exportar’”.

A meta, segundo ela, é que 6% da produção da Feitiços Aromáticos cheguem às gôndolas do Chile, além de ampliar as vendas para clientes em Portugal e Espanha. “Sem auxílio do Sebrae para formatar essa estratégia, não teria conseguido ir tão longe”, diz.

Fluxo

Controlar o caixa da empresa é quesito muito importante para não pôr o negócio em risco. De acordo com o estudo do Sebrae-SP sobre o desempenho das PMEs, 50% das vendas são realizadas a prazo, enquanto 61% das compras são pagas à vista.

Dessa forma, adequar o fluxo de caixa para negociar pagamentos e recebimentos em datas adequadas ajuda no monitoramento da evolução das receitas e das despesas ao longo do tempo, além de manter boa a saúde financeira da empresa.

“Empreender é sempre um desafio, mas, com planejamento, é possível aumentar as chances de sucesso”, afirma Bruno Caetano, superintendente do Sebrae-SP.

Ana Paula de Andrade, diretora da Transpadi, sabe disso na prática. Ela é responsável pela gestão financeira da transportadora da qual é sócia ao lado dos pais e de dois irmãos, em Indaiatuba. Ela conta que a empresa deu uma guinada depois de passar pela consultoria do Sebrae.

A gestora conta que, com a formação, soube valorizar os diferenciais da empresa, fidelizar clientes e garantir a competitividade. “Saímos do vermelho e conseguimos ainda comprar um novo caminhão para nossa frota de nove veículos”, comemora.

Fonte: Revista Desenvolve SP 1ª edição p.28