Empreender é… ser viável

19/03/2015

Por Carlos Matos e André Telles*

A proliferação do termo americano “startup” para designar empresas inovadoras e de tecnologia trouxe à tona o assunto empreendedorismo. Entretanto, empreender no Brasil tanto em empresas de tecnologia quanto na abertura de uma franquia exige uma série de análises profundas sobre a viabilidade.

Avaliar um negócio em formação é algo complexo. Mas, tomando para si o olhar dos investidores, o empreendedor pode analisar-se com olhos mais críticos, procurando saber até que ponto ele e seus sócios constituem empreendedores viáveis.

Startups e empresas nascentes são apostas. Mas por que fundos e grandes investidores continuam a colocar capital nesses negócios? Investidores de risco são especialistas em estabelecer maneiras racionais de medir critérios subjetivos. Emprestando o olhar deles, um empreendedor pode avaliar as chances de seu negócio, e de si mesmo, com maior clareza, preenchendo vazios ou pontos fracos e reforçando suas vantagens competitivas.

O sucesso está longe de ser uma receita de bolo, mas algumas perguntas podem avaliar chances de êxito e permitir a correção de falhas e buracos em modelos promissores.

Sete perguntas

Um exercício simples de autoconhecimento pode salvar modelos de negócio inteiros, apenas a partir da inserção de maior autocrítica entre seus fundadores.

O QUÊ – toda ideia deve possuir escopo, objetivos claros e uma maneira realista de ser posta em prática. Esqueça os conceitos abrangentes e sonhadores e tente focar em qual é exatamente o projeto que você pretende executar;

POR QUÊ – toda empresa deve possuir um propósito, não apenas para inflar egos de seus fundadores, mas para transmitir a investidores e clientes a ideia de que, uma vez consumadas, poderão realizar uma visão inicial que resolva e atenda aos problemas que deveriam ser resolvidos. Empreendedores devem saber aonde eles mesmos e suas empresas querem chegar, e porque o desejam;

QUANDO E ONDE – lugar e hora certa fazem um grande negócio. Ideias excelentes fracassam no momento e contexto errados e algumas não tão boas seguem adiante, em circunstâncias mais felizes;

COMO – o empreendedor deve romper a linha do ideal e transformar sua ideia em algo executável, buscando os instrumentos e meios para fazê-lo;

QUANTO – buscar capital é parte de qualquer negócio, mas o mercado exigirá, no mínimo, um parecer sobre qual é esse montante por parte do empreendedor;

QUEM – talvez a pergunta-chave de tudo. Primeiro, um empreendedor deve saber quem são ou serão seus clientes e, internamente falando, saber até que ponto ele mesmo é ou não a pessoa certa para conduzir os negócios.

* Carlos Matos é jornalista e designer, atua com foco em startups, empreendedorismo e negócios. Comanda o site Startupeando e promove palestras e treinamentos para jovens executivos.

* André Telles é publicitário, especialista em Inovação em Marketing e Empreendedorismo, colunista de tecnologia do portal UOL e do site O Melhor do Marketing.