Criatividade é a essência para o mercado de games

19/05/2015

A Economia ou Indústria Criativa podem ser definidas como processos que envolvem criação, produção e distribuição de produtos e serviços, usando o conhecimento, a criatividade e o capital intelectual como principais recursos produtivos. É um termo bastante amplo e que tem sido objeto de discussão no mundo inteiro.

Os setores relacionados à Economia Criativa estão entre os que mais crescem e representam uma ótima oportunidade para empreendedores alcançarem mais lucro e competitividade, de acordo com a dra. Lídia Goldenstein, economista especialista em economia criativa. “O Brasil já tem uma representatividade grande de empresas de economia criativa e a tendência é aumentar, principalmente em setores novos como o de games, que produz jogos não só de entretenimento, mas de educação e treinamento.”

Um estudo da consultoria Euromonitor International revelou que o mercado de games no Brasil cresce, em média, 26,3% por ano desde 2008. A popularidade de jogos online e o maior acesso à Internet banda larga também contribuíram para o crescimento do mercado brasileiro.

A LevelUp, que publica jogos do exterior e cuida de toda a infraestrutura desses jogos no Brasil, bem como dos servidores para melhor performance, tem sentido esse avanço, de acordo com Guilherme Loureiro, gerente de Marketing. “Em 2004, quando a empresa iniciou suas atividades, tínhamos em média 150 mil jogadores mensais. Hoje temos 1,5 milhão de gamers ativos por mês.”

Loureiro explica que o mercado no Brasil cresceu, principalmente com a velocidade da internet e das máquinas, mas ainda está longe do que gostariam as empresas. “O país passa por altos e baixos. Os olhos das desenvolvedoras de fora estão voltados para o Brasil como mercado emergente. O consumidor brasileiro é muito ativo e está começando a gastar mais com jogos, mas por conta de instabilidade econômica ainda não se consolidou.”

Os jogos são gratuitos. A receita da empresa vem dos créditos comprados pelos gamers, ou seja, melhorias para suas performances durante os jogos. A LevelUp é comissionada pelas desenvolvedoras dos jogos, como se fossem royalties.

Para não perder mercado, Loureiro vê na criatividade a saída. “Quando a gente se lançou no mercado, não tinha concorrência. Hoje ela é grande e tudo se torna mais complicado, gerar receita é mais difícil, por isso, quem não tiver criatividade para ser o melhor e mudar o cenário, certamente estará fora do mercado.”

Até bem pouco tempo atrás a empresa era mais focada nos produtos, hoje é mais voltada ao cliente. “Erramos bastante, entramos em uma zona de conforto quando estávamos muito bem. Entrou a concorrência e a gente teve que se reinventar. Passamos a ser muito mais uma prestadora de serviços”, explica o gerente. “A gente tem feito muitas pesquisas sobre comportamento e hábito do consumidor. Com base nisso e também com o auxílio da nossa holding, a Tencent, uma das maiores de tecnologia do mundo, a gente traçou um novo plano de negócios e eles nos deram uma norteada.”

Loureiro diz ainda que o mercado de games não se restringe apenas à área de tecnologia e que muitos podem entrar para esse segmento tão promissor. “Gravadoras que têm perdido com a música estão migrando para os jogos fazendo a trilha sonora, os efeitos. As produtoras que sentiram uma queda também passaram a ver nos games um potencial de lucro com a dublagem e a tradução, por exemplo.”