Inovação: criatividade, método & integração
Um dos grandes desafios da inovação é que, ao mesmo tempo em que a criatividade é essencial para que ela aconteça, por outro lado, a criatividade sozinha não é suficiente. No entanto, confundir inovação com criatividade é um erro bastante comum e uma das principais causas do fracasso nas tentativas de inovar. Não basta ser criativo para ser inovador.
A criatividade é uma das etapas fundamentais do processo de inovação, responsável pela geração de ideias. No entanto, para que essas ideias se transformem em valor no mercado, precisam ser implementadas, caso contrário não resultam em inovação. Assim, para inovar, além da criatividade, é necessário também uma metodologia que direcione a geração das ideias para o âmbito do negócio e que garantam a gestão da viabilização, aplicação, mensuração e ajustes dessas ideias para que realmente criem valor. Em outras palavras, inovação é um método de aplicação da criatividade para solucionar problemas.
Criatividade sem método é uma alma sem corpo.
Método sem a criatividade é um corpo sem alma.
Dessa forma, para inovar, é necessário tanto a liberdade criativa (e tudo o que possa fomentar a criatividade) para gerar ideias e insights, quanto o rigor metodológico (e tudo o que possa garantir a adequada seleção, gestão e execução das ideias para que se realizem). No entanto, as habilidades, cultura e ambientes que favorecem o processo criativo são bastante distintos daqueles requeridos no processo metodológico. Em função disso, a inovação não apenas herda os fatores inibidores da criatividade e do método, como requer ainda também, a integração entre os dois para gerar resultados.
Portanto, para uma organização ser, e se manter, inovadora precisa cultivar uma mentalidade que gere uma cultura: 1) criativa, 2) metodológica, 3) integradora. Analisando os ingredientes chave para que isso aconteça, temos:
- Cultura Criativa – emocional, abertura de pensamento, diversidade, curiosidade, experimentação, estímulos sensoriais múltiplos, integração, colaboração, comunicação, apetite pelo risco, tolerância ao erro, questionamento, pensamento crítico, subversão de regras e limites, entre outros.
- Cultura Metodológica – racional, foco de pensamento, disciplina, sistematização, regras, mapeamentos de processos, minimização de riscos para manutenção da integridade do sistema, registros, feedbacks, análises, pensamento crítico para questionamento de resultados, minimização de erros, etc.
- Cultura Integradora – tolerância, comunicação, cooperação, colaboração, complementação, valorização do outro, flexibilidade para navegar em paradigmas distintos, busca pelo link entre as partes (conexão) mais do que o valor de cada parte, etc.
Nesse sentido, a governança corporativa exerce um papel central para garantir que a cultura da organização consiga abraçar valores e desenvolver processos e indicadores (KPIs) que incentivem as habilidades aqui descritas e resultem em inovação.
Além de criar ações que desenvolvam uma cultura criativa, metodológica e integradora, uma das melhores maneiras de se alavancar essas mentalidades essenciais para uma cultura inovadora é identificar os fatores que as inibem, para, assim, minimizar as resistências ao processo de inovação.