Empresa concretiza projeto que permite realidade da energia solar
Defensor de fontes alternativas, o engenheiro eletricista Milton Moreira viu os planos de mudar a matriz energética do condomínio que mora em Santos esvair com o alto custo de implantação do modelo. O obstáculo financeiro, contudo, não o impediu de adotar um sistema de energia solar alternativo e sentir a fatura reduzir no final do mês. O uso sustentável e compartilhado de eletricidade com baixo impacto ambiental foi possível sem ter de instalar placas fotovoltaicas nos telhados.
O acesso a fontes sustentáveis de energia sem arcar com os equipamentos é possível graças à ampliação da usina solar da Sun Mobi. A planta, localizada em Araçoiaba da Serra, no interior de São Paulo, fornece eletricidade de forma inteligente e está disponível na região.
A vantagem desse modelo é se livrar do custo extra da bandeira tarifária, que será vermelha (patamar 2) já no próximo mês. Com isso, paga-se R$ 5 a cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos. Essa taxa é cobrada quando é preciso utilizar usinas térmicas, que usam como gás ou carvão, que encarecerem a conta de luz e são mais poluentes.
O sócio da Sun Mobi, Alexandre Bueno, explica que a partir da usina solar, a empresa fornece energia diretamente a clientes em 26 municípios do interior e litoral de São Paulo, na área de concessão da CPFL Piratininga. A entrega é feita por meio da rede da distribuidora.
“Nossos clientes dispõem de serviços exclusivos que incluem o acompanhamento ativo do consumo de energia e o estímulo à adoção de ações que evitam desperdícios”, explica Bueno.
A energia pode ser contratada por qualquer consumidor, inclusive residencial. Isso porque não é preciso instalar os painéis, mas contratar um pacote de créditos de energia, que é gerada e compartilhada pela usina da empresa. Bueno assegura que a instalação é simples e sem custo. “Com nossa base de clientes, percebemos que há oportunidades de redução de consumo mudando hábitos simples e sem abrir mão do conforto”, afirma.
Além da isenção da bandeira tarifária, o custo mais baixo de energia deriva do acompanhamento dos hábitos de consumo por meio de um aplicativo para celular. O sistema da empresa permite acompanhar seu consumo de energia em tempo real, via smartphone.
Com ele, é possível identificar picos e eventuais desvios do padrão de consumo, estimulando assim adoção de medidas para melhorar a eficiência energética. “A economia média pode chegar a até 25% da conta de luz”, afirma o outro sócio da empresa, Guilherme Susteras.
Ele assegura que o Brasil tem enorme potencial para produção energética a partir dos raios solares. Contudo, menos de 1% da carga utilizada na rede elétrica nacional é gerada de sistemas fotovoltaicos. Na Alemanha, por exemplo, essa média é até sete vezes superior.
“O pacote (da Sun Mobi) pode ser contratado mesmo por famílias que moram em imóveis pequenos, alugados ou sem condições técnicas de ter painéis solares, como é o caso da maioria dos prédios de apartamentos. Trata-se de uma democratização do acesso à energia solar”, completa Susteras.
A perspectiva da empresa é continuar expandindo o negócio, com novas usinas em outras regiões, contribuindo com o crescimento do uso da energia solar no Brasil. A empresa pretende atingir mil clientes até 2020 e, em mais longo prazo, 10 mil em 2024. Em termos financeiros, a meta é totalizar uma receita bruta anual de R$ 2 milhões em 2025.
Para conquistar o mercado, obteve recursos da agência Desenvolve SP, instituição do governo paulista que financia o crescimento das pequenas e médias empresas. Com os R$ 294,9 mil, os dois empresários instalaram da primeira fase da usina solar Maurício Valter Susteras, localizada em Araçoiaba da Serra (SP).
Em apenas menos de seis meses de atuação, a usina comercializou todo o potencial de energia gerada e ampliaram seu portfólio de clientes.