Desenvolve SP

Presidente do Desenvolve SP fala ao Valor Econômico sobre o papel dos bancos de desenvolvimento no cumprimento dos ODS

Reportagem destaca atuação das instituições financeiras de desenvolvimento para atingir as 17 metas previstas pela ONU

O presidente do Desenvolve SP, Sergio Gusmão Suchodolski, concedeu entrevista ao Valor Econômico e destacou a atuação dos bancos de desenvolvimento, agências de fomento e cooperativas de crédito para o cumprimento das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). A reportagem foi publicada nesta segunda-feira (14), nas edições online e impressa do jornal.

Para Suchodolski, as instituições financeiras de desenvolvimento têm potencial para ser protagonista de um novo modelo econômico, alinhadas às agendas globais de desenvolvimento, em consonância com o preconizado pela ONU. “Estamos numa época de renascimento dos bancos de desenvolvimento, agora num contexto de aumento das desigualdades, a questão da sustentabilidade, emergência climática, empreendedorismo e inovação”.

O presidente do Desenvolve SP também enfatizou que o Brasil possui um Sistema Nacional de Fomento (SNF) robusto, com capilaridade e capacidade para financiar o desenvolvimento sustentável, mas que necessita de ajustes para evoluir. “É preciso avançar na governança, na eficiência, no repertório, na mensuração de resultados, ampliar horizontes, melhorar o desenho de programas e aprender com soluções internacionais”, defende.

Suchodolski é coordenador do Plano ABDE 2030, elaborado pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ADBE). O documento traz ações concretas para impulsionar o cumprimento das ODS e será apresentado nesta terça-feira (15), no Fórum do Desenvolvimento.

Leia a reportagem na íntegra:

Economistas representantes de cinco pré-candidatos à Presidência irão se encontrar amanhã em Brasília para discutir o papel dos bancos de desenvolvimento no cumprimento das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Na pauta estão um diagnóstico do atual estágio do Brasil na contemplação das 17 ODS – ligadas à redução da pobreza e desigualdades, saúde, educação, meio ambiente, energia, inovação e Justiça, entre outros – e medidas a serem adotadas para ampliar ou melhorar a atuação das instituições de financiamento em cada segmento.

Promotora do debate, a Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) elencou propostas objetivas que gostaria de ver implementadas pelo próximo presidente.

Entre elas estão, por exemplo, criar condições legais para que agências de fomento possam captar recursos junto a instituições internacionais e garantir essas operações via organismos multilaterais. Para tal, aponta, seria necessário alterar o artigo 2º da Resolução CMN 2828, do Conselho Monetário Nacional.

Outro exemplo é a proposta de criação de um fundo nacional de promoção dos ODS. Esse fundo receberia aportes da União, de Estados, municípios, organismos multilaterais e do setor privado.

A entidade também defende a aprovação do Projeto de Lei 1308/2021, do deputado Nilto Tatto (PT-SP), que institui a Política de Promoção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

A lista está no documento Plano ABDE 2030, que será encaminhado a todos os pré-candidatos à Presidência – iniciativa inédita nos 53 anos de história da entidade.

Devem comparecer para o debate os economistas Guilherme Mello, representante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; Affonso Celso Pastore, que auxilia Sergio Moro (Podemos); Nelson Marconi, ligado a Ciro Gomes (PDT); Zeina Latif – a confirmar -, pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB); e ainda o ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto, para representar a senadora Simone Tebet (MDB-MS).

Os organizadores encaminharam convites ao Palácio do Planalto e ao Ministério da Economia com a intenção de ter um representante do presidente Jair Bolsonaro na discussão. O Valor apurou que um representante chegou a ser designado para participar, mas desistiu quando teve negado o pedido para fazer uma exposição solitária, sem abertura para debate.

A ABDE é a entidade que representa as instituições do chamado Sistema Nacional de Fomento (SNF): bancos públicos federais, bancos de desenvolvimento controlados por Estados, agências de fomento e bancos cooperativos.

O coordenador do Plano ABDE 2030 é o economista Sérgio Gusmão Suchodolski, presidente do Desenvolve SP, instituição financeira vinculada à Secretaria da Fazenda e Planejamento do governo paulista. O vínculo institucional de Suchodolski com um dos pré-candidatos, Doria, não parece empecilho para a participação de representantes de outros presidenciáveis e desenvolvimento do debate.

A ABDE, presidida por ele até 2021, tem entre seus membros instituições financeiras vinculadas a diferentes governos. Do Banco do Brasil, hoje comandado por Bolsonaro, ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), do governo Romeu Zema (Novo), e instituições de Estados governados pelo PT.

A própria trajetória de Suchodolski dilui eventuais suspeitas de partidarização. Entre outras funções, ele já atuou no BDMG, nomeado por Zema, e no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sob o governo Dilma Rousseff.

“Estamos numa época de renascimento dos bancos de desenvolvimento, agora num contexto de aumento das desigualdades, a questão da sustentabilidade, emergência climática, empreendedorismo e inovação”, diz. “Há um novo ciclo de políticas pública que irá se iniciar.”

Suchodolski destaca que o Brasil tem um bom arcabouço de instituições públicas e cooperativas capacitadas para financiar o desenvolvimento, mas carece de sofisticação. “É preciso avançar na governança, na eficiência, no repertório, na mensuração de resultados, ampliar horizontes, melhorar o desenho de programas e aprender com soluções internacionais”, defende.

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