Desembolsos realizados pela agência de fomento de São Paulo foram utilizados para capital de giro e projetos de investimento
As restrições impostas pela pandemia da covid-19 reduziram o número de viajantes e trouxeram prejuízos para os setores de turismo e gastronomia, que estão entre os mais impactados pela crise sanitária. Para auxiliar os dois segmentos a superarem a crise e manterem milhares de empregos, o estado de São Paulo agiu em mais de uma frente: reduziu o ICMS para bares e restaurantes de 3,69% para 3,2%, beneficiando 250 mil empresas, e ampliou o financiamento para os setores. Nesse campo, o Desenvolve SP teve forte atuação, desembolsando R$ 148,5 milhões em linhas de crédito para hotéis, agências de viagem, bares e restaurantes, entre março de 2020 a março deste ano.
O presidente do Desenvolve SP, Sergio Gusmão Suchodolski, afirmou que as linhas de crédito do banco do empreendedor foram essenciais para evitar que milhares de empreendimentos dos setores turísticos e gastronômico encerrassem as atividades durante a crise. “Os setores de turismo e gastronomia foram muito prejudicados durante a pandemia. O Desenvolve SP cumpriu a sua parte de ser um agente anticíclico e atuou efetivamente para auxiliar os empreendedores e oferecer o suporte para que eles possam sobreviver em meio ao período turbulento da crise sanitária”.
Severamente afetada pela queda na circulação de turistas, as agências viagens financiaram R$ 19,3 milhões para capital de giro. Para o setor hoteleiro, que viram despencar o número de visitantes, os financiamentos totalizaram R$ 53,9 milhões e beneficiaram 82 empreendimentos. Deste montante, R$ 29,2 milhões foram destinados para projetos de investimento, pouco mais de 50% do total. Outros R$ 24,7 milhões tiveram como finalidade capital de giro.
O volume de recursos desembolsado para o segmento de restaurantes foi ainda maior e chegou a R$ 67,6 milhões. Mais de 96% foram utilizados para capital de giro: R$ 65 milhões ao todo, distribuídos em 317 contratos. O banco do empreendedor ainda financiou mais R$ 2,2 milhões para projetos de investimento.
Já para o setor de bares, o Desenvolve SP desembolsou R$ 7,7 milhões, distribuídos em 41 contratos. Neste caso, 100% donos de bares utilizaram os recursos para capital de giro. Ou seja, os financiamentos foram usados exclusivamente para manter o negócio em pleno funcionamento.
Proprietário do Bao Bar, localizado na região central da capital paulista, o empreendedor Thiago de Lima recorreu à agência de fomento para captar recursos para capital de giro. Segundo ele, o auxílio foi fundamental para manter as atividades em funcionamento durante a pandemia.
“A linha de crédito foi extremamente importante para a manutenção do meu negócio durante a grave crise que acometeu nosso setor. Fui capaz de manter todos os meus colaboradores, sem gerar nenhuma demissão durante o período mais restritivo da pandemia e da mesma forma pude honrar com todos os compromissos firmados junto aos meus fornecedores”.
Outro empreendimento que se beneficiou com os recursos do Desenvolve SP foi o Hotel Porto do Ribeirão, inaugurado em fevereiro em Iporanga no encontro das águas dos rios Iporanga e Ribeira do Iguape. A ideia da construção surgiu da constatação do enorme potencial para o ecoturismo na região, combinado com o afluxo de pesquisadores que procuravam a reserva Betary para estudos em biologia. O crédito do Desenvolve SP representou 80% dos recursos aportados no empreendimento.