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Air BNB e os novos modelos de negócio da economia compartilhada

Assim como o mundo está mudando o mercado e a economia também estão. Cada vez mais pessoas se preocupam como o que vão consumir, e, principalmente, como vão consumir. São temos de novas relações de consumo. Existe toda uma tendência de mercado voltada para experiências e aproveitamento de espaços, produtos e serviços.

É o caso da economia compartilhada – ou colaborativa – conceito que leva em conta aspectos sociais de crescimento populacional e desejo da comunidade em consumir de forma mais altruísta e focada na sustentabilidade; econômicos, visando o maior aproveitamento de estoques ociosos e, principalmente, priorizando o acesso e não a prioridade, além de uma maior flexibilização financeira; E por fim, tecnológicos que se beneficiam das redes sociais, plataformas móveis e sistemas de pagamento.

O Airbnb é um desses novos modelos de negócios baseados nos pilares da economia compartilhada. Criada em 2008, no auge da crise econômica dos Estados Unidos, a plataforma oferece acesso a mais de 3 milhões de acomodações, de apartamentos a mansões, de castelos a casas construídas em árvores, em mais de 65 mil cidades e 191 países.

No Brasil, a empresa iniciou suas operações em 2012, com 3,5 mil anúncios. De lá para cá, os números só crescem. Em 2016 a o Airbnb foi parceiro oficial do Comitê Olímpico Brasileiro e, de 2015 para 2016 a empresa registrou um aumento de 140% na chegada de hóspedes em todo o Brasil atingindo a marca de 1 milhão de hóspedes.

Nesse novo modelo de negócios, os anfitriões também passam a gerir seu pequeno negócio, seja em casa, ou administrando vários imóveis. É o caso da publicitária, Priscilla Dias, uma das pioneiras na utilização da plataforma no Brasil e que hoje tem o título de ‘superhost’ administrando, com o seu marido, Gabriel, além do seu imóvel no centro de São Paulo, outros três imóveis no Itaim. Veja abaixo nossa conversa:

 

Há quanto tempo vocês são hosts do Airbnb?

Começamos no Airbnb em 2012, como hóspedes no Rio de Janeiro, e a partir daí a gente começou a alugar nosso próprio apartamento. Vale ressaltar que eu – Priscilla – desde 2006 faço parte de uma plataforma chamada Couchsurfing, então eu já tinha bastante experiência em hospedar pessoas que eu não conhecia, e fazia isso de graça. Então vimos no Airbnb uma oportunidade de ganhar dinheiro.

Como resolveram ampliar a renda administrando outros apartamentos, além do que pertence a vocês?

Por conta desse pioneirismo aqui no Brasil, muitas pessoas nos procuraram perguntando se podíamos administrar seus apartamentos, em função da nossa experiência e da nossa relação com a comunidade. Só que sempre recusamos, até que resolvemos abraçar a ideia.

Vocês acreditam que modelo de negócios colaborativos pode tornar-se uma alternativa de renda e “crescimento” para pessoas (e famílias) que nunca foram “empreendedores”? É possível ser mais que um anfitrião e tornar-se um empreendedor?  

É possível sim, é um negócio que a pessoa pode começar gradativamente, primeiro com o próprio imóvel – para ganhar experiência – e depois ampliando as possibilidades. Hoje já existem startups só para administrar esse tipo de negócio.

Eu acredito muito que os negócios colaborativos podem ser tornar a principal fonte de renda para muitas pessoas, para gente ainda não é nesse momento, mas já foi no passado.

Quais os maiores riscos desse “novo modelo” de negócio?
Riscos sempre têm. Agora quando você está administrando um apartamento de terceiros, esse risco fica de fato aumentado, porque às vezes o proprietário pode não cumprir com algumas questões acordadas. Já perdemos uma reserva de R$ 3 mil porque o apartamento não estava limpo como deveria estar na data combinada com o dono. Existem questões que a gente faz o máximo para se calçar sobre atribuições e responsabilidades de cada uma das partes, como por exemplo fazendo um contrato com o proprietário.

Quanto aos riscos para com o hóspede, a plataforma dispõe de dois grandes seguros.

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